A celebração da Páscoa é a maior festa cristã do ano. Por isso somos convidados a nos preparar bem para festejar a Ressurreição de Nosso Senhor. Com esse objetivo foi instituida a quaresma, um tempo cronológico para intensificar nosso fé e nossas práticas cristãs.
E qual o significado de quaresma?
A palavra quaresma vem diretamente do latim e significa 40 dias.
É um múltiplo de quatro: perfeição, de totalidade cósmica horizontal; modo de pensar que teve origem nas constelações da mitologia de Babilónia. No AT não há conotações mitológicas: os quatro rios (Gn 2,10-14), os quatro querubins (Ez 1,4-14), ação divina em toda a criação.
A palavra quaresma vem diretamente do latim e significa 40 dias.
É um múltiplo de quatro: perfeição, de totalidade cósmica horizontal; modo de pensar que teve origem nas constelações da mitologia de Babilónia. No AT não há conotações mitológicas: os quatro rios (Gn 2,10-14), os quatro querubins (Ez 1,4-14), ação divina em toda a criação.
Os múltiplos de quatro: quarenta: uma totalidade limitada: uma geração, idade de uma pessoa; 40 anos da travessia do deserto (Ex 16,35); estadia de Moisés no Sinai (40 dias). 40 anos pode designar a existência total da vida humana sobre a terra, tempo longo dado por Deus para vencer uma prova.
Os 40 dias de Jesus no deserto: Ele é o fundador de um novo povo, fez o seu “êxodo”, a sua vida pública (Monte da Quarentena, em Judá). Depois da ressurreição, fica 40 dias com os discípulos, tempo em que eles hão-se superar a prova da sua ausência (Act 1,3; ver Dt 8,2).
Lista do número 40, na Bíblia:
* Os dias de chuva durante o Dilúvio: Gn 7,4.12.17.
* O envio do corvo durante o Dilúvio: Gn 8,6-7.
* O jejum de Moisés no cimo do Sinai: Ex 24,18; 34,28; Dt 9,9.18.
* Exploração dos espiões da Terra Prometida: Nm 13,25.
* Oração de Moisés em favor de Israel: Dt 9,25.
* Duração da viagem de Israel no deserto: Ex 16,35; Nm 14,33; Dt 8,2-4; 29,4-5; Js 5,6; Sl 95,10; Am 2,10.
* Tempo de servidão e de libertação no período dos Juízes: Jz 3,11; 13,1…
* O desafio de Golias: 1 Sm 17,16.
* Duração dos reinados de Saul, de David e de Salomão: 2 Sm 5,4; 1 Rs 11,42; Act 13,21.
* Viagem de Elias ao Horeb: 1 Rs 19,8.
* Ezequiel deitado sobre o lado direito: Ez 4,6.
* Desolação do Egipto: Ez 29,11-13.
* Advertência de Jonas ao povo de Nínive: Jn 3,4.
* Os quatro chifres e os quatro ferreiros da visão de Zacarias: Zc 2,1-4.
* Permanência de Cristo no deserto, antes da vida pública: Mt 4,2; Mc 1,12; Lc 4,2.
* Aparições de Jesus depois da Ressurreição: Act 1,3.
* Divisões da existência terrena de Moisés: Act 7,23.30.36.
O mesmo se diga do número 400 = dez gerações (Gn 15,13); e 4.000, ligado ao êxodo, quando Jesus reparte o pão (Mc 8,9.20 par.).
OS QUARENTA ANOS DO POVO NO DESERTO
Os 40 anos nem sempre recebem o mesmo sentido; em Números: tempo de castigo para os que não entrará na Terra Prometida (Nm 14,34). Este sentido aparece também no Dilúvio (Gn 7,4.12.17) e em Ezequiel (4,6; 29,11-13). No Deuteronómio, o tempo do deserto é o tempo de prova (Dt 2,7; Sl 95,8-11); ou o tempo em que o Senhor realiza maravilhas. Para outros, os 40 anos são um tempo de graça. Esse tempo é ainda o tempo de preparação da entrada na Terra Prometida, que deu origem à preparação do batismo.
- O Novo Testamento também dá importância ao número 40: os Actos dividem a vida de Moisés em três períodos de 40 anos (Act 7,23.30.36); o reinado de Saul tem 40 anos (Act 13,21); a Ascensão de Jesus situa-se 40 dias depois da Páscoa (Act 1,3); em dois lugares recorda os 40 anos do deserto (Act 7,23.30.36; 13,18). Mas o NT diz que os 40 anos do deserto foram um fracasso, pois eram símbolo de uma realidade futura (Heb 4,6-7; ver Sl 95): o Êxodo esperado e definitivo acontece no hoje do tempo.
- As tentações de Jesus no deserto mantêm um paralelismo com as do povo do AT: há os 40 dias, as três tentações principais (a das pedras transformadas em pão: Dt 8,4; a 2ª, que lembra a água saída da rocha; e a 3ª, que alude ao bezerro de ouro. Assim, o número 40 está ligado às tentações do deserto. Mas a infidelidade do povo é vencida pela fidelidade de Cristo.
Quaresma é tempo de reflexão sobre como age em nós o espírito do mal e como combatê-lo.
Seria importante traçar, em oração, um pequeno caminho para
este tempo de deserto com o Senhor
este tempo de deserto com o Senhor
UMA PENITÊNCIA QUE ATINJA O NOSSO CORPO – Escolher um tipo de jejum que nos prive de algum alimento (sólido ou líquido) sobre cuja ingestão não temos muito domínio. O jejum é fundamental para a nossa purificação. Mas o fim não é tanto a abstinência das comidas, quanto dos vicios. É inútil o jejum se não se praticam as virtudes. Lembrar que tem um sentido novo quando feito com o coração voltado para o Senhor. A penitência vai fazer com que nosso espírito de fortaleza diante das tentações aumente.
UMA PENITÊNCIA QUE ATINJA A NOSSA DIMENSÃO RELACIONAL – Escolher um comportamento que prejudica as pessoas com as quais convivemos. Seria recolocar o amor fraterno no lugar de comportamentos pouco ou nada amorosos. A penitência, no sentido de ter misericórdia e compreensão com os outros
Temos consciência de nossa pequenez e de nossa fragilidade, e na verdade sabemos que não somos nada sem a graça do Alto, pois é o Espírito que ora em nós, é Ele que fortalece nossas decisões e que nos torna perseverantes na fé e no amor a Deus e ao próximo.
Façamos uma oração intensa e contínua. Uma oração não limitada às praticas de oração, mas entendida como uma vida de profunda intimidade com o Deus Trindade que mora dentro de nós.
A oração é a luz da alma, alegra a alma e tranquiliza o coração.
Entremos com muita alegria e boa vontade na quaresma de 2013, fica também o convite para orarmos uns pelos outros e participar das celebrações em comunidade.
Um abraço fraternal,
Rosani